quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Menino dançarino



E eu dançava com pernas que já não são minhas.
Dançava ao som mudo da vida, turba enfurecida de imagens pensamento.
Eu dançava ao vento, e ainda danço.
Quer coisa mais certa que não ter ranço do tempo?
E ainda ei de conseguir pairar acima dos meus eus egocêntricos.
Ei de apagar as chagas da minha insegurança.
E ai só vai restar a lembrança do homem criança que não soube brincar com a vida.
Bandida que roubou minha inocência, mas deixou, ainda bem, minha esperança.

Osíris Duarte 16.01.13

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Amor: uma brecha se abre para um novo ciclo


A gente se confunde, e mete os pés pelas mãos. Amor não é só sentimento, amor não é querer apenas fugir da solidão. Essa "coisa" é feita de tantas coisas... Amor têm uma grande parte de respeito, amor é ser afeito a liberdade. Amar de verdade não dá espaço para autoridade, não dá brecha para a opressão. Amor, para não ser vão ardor, deve ter uma parte grande de amizade, despindo-se da vaidade e sabendo abraçar o entendimento da individualidade, dentro de cada um que vive nesse mar de coletividade. Olhar o outro com cuidado, amor não deixa de lado aquilo que pulsa alheio ao desejo no coração do ser amado. Somos tantas coisas, que restringir amor a apenas sentimento e um desperdício, um desalento. Amar é o entendimento de que somos, não apenas sou. E de que juntos derrubaremos a iniquidade, seja social ou seja na consciência de humanidade, que ainda se dá a contradição de dizer que ama, mesmo quando nos tolhe a felicidade e a liberdade de trilhar nossos próprios caminhos. Mais um ciclo se fecha, e por essa brecha enxergo a luz de um futuro amoroso de fato, onde os casais não mais se privem do fato de sermos humanos, que as famílias não mais se furtem do calor de sermos unidos, e que as sociedades não se percam mais em meio as desvirtudes de um mundo finito, sem amor.

Osíris Duarte 28.12.12