É tão verdade que a gente não vê com os olhos, que apesar de na minha vista
o fim desse ano ter mais aspectos de recomeço do que de término, muita gente vê
o fim definitivo. Onde estão esses olhos que veem além das imagens, que criam,
que mediam nossos sentidos? Para aqueles
que preferem considerar o fim ao invés de valorizar os recomeços, digo que o
término justifica as falhas pregressas, e é fácil. Mas a ideia de recomeçar nos
dá o senso de responsabilidade sobre o que passou, as consequências, e o que construímos
para o futuro.
O que têm de gente ganhando dinheiro com essa história de fim do mundo é
absurdo. Se a parada fosse acabar mesmo, é de se refletir o que esse povo vai
fazer com essa grana? Quem sabe apenas algumas horas pra gastar o que nunca
pode seja a intenção... Essa história do calendário maia faz tempo que escuto.
Tipo mais de 10 anos. Só é menos tempo do que as fábulas da branca de neve,
chapeuzinho, Rapunzel e companhia na minha lembrança. O fato é que essa
história tá justificando que o mundo acabe em festa! É! Já viu tanta festa
programada pra um data só?! Todo mundo usando o marketing do fim do mundo pra promover
sua própria "despedida" dos tempos.
Cara, fim do mundo como? Se a gente nem mesmo consegue provar e afirmar
quando ele começou?! O que tem fim, teve começo... Não é? Ainda creio que é
tudo uma questão de pretensão do ser humano, que se acha ao ponto de querer
traçar em tortos contos de fadas-campanhas-de-marketing, os destinos do
universo. Uma frase que vi em uma rede social dia desses resume bem o que penso
disso: O que me preocupa não é o mundo acabar em 2012, mas sim ele continuar
como está em 2013. Pra você que subiu a montanha, se achando o escolhido,
cuidado em! Porque quem fez a escolha foi você, e mesmo no alto da Minas Gerais
dá terremoto, cai uma árvore, dá uma enchente e morre quem tem que morrer meus
caros. Se o critério de escolha meritocrática de Deus for geográfico, que Deus
justo é esse alardeado por quem se diz espiritualizado?!
Pensem: e se não acabar? Voltamos para a mesma
sociedade de merda, para a mesma inércia social, e nos contentamos em esperar
pela próxima profecia, para que Deus venha a Terra fazer a justiça que nós não
fomos capazes de fazer... E assim o barco segue em busca de novos cantos da
seria para justificar os desvios de caráter.
Osíris Duarte 20.12.12
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