É que meus poemas não vem em embalagens bonitas, acompanhados de fita, laço e embrulho. Não sou de juntar entulho literário. Meu itinerário poético é como um constante ato falho, um grito cético de quem quer acreditar que há valor na resenha, na contra-capa. Meus poemas não vem em tons de cores, em tipos estilizados, acompanhados de fotos cheio de apelo pelo fato. É um grito nato. Um desabafo nítido. O que preciso, por mais impreciso que possa parecer. As vezes tem um título, as vezes são apenas asco. Por tantas são um tiro, no escuro, no pé ou no alvo. Eu nunca aprendi a ser poeta, talvez seja essa a minha meta, nunca aprender o que depende de seta ou de sorte. É como viver, só se aprende vivendo e, quisá, morreremos ainda buscando um norte.
Osíris Duarte
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