segunda-feira, 7 de julho de 2014

O burguês escondido

Esse desejo de burguesia que te alicia, dia após dia... Nele mora essa tua agonia e, ainda que tardia os sonhos de igualdade, preferes. Não me trate com hipocrisia quando não se trata ilusão. Buscar certas verdades não implica em posição certa, nem sempre a porta está aberta e nem sempre estás são. Esses pequenos poderes nos seres, deveras apatia dos prazeres, conferem taquicardia em meio a tanta sede de si. Pensas que tudo é merda, segredo e cartão em vezes, que a alegria bate a porta todos os meses para quem acorda cedo, as vezes... Sucesso é mérito e honestidade é medo? Arremedo de projeto de gente, quem não desfruta da mesma facilidade do direito, da mente e de uma Mercedes. Tá latente esse enredo, tá dado. Serdes sonho enquanto somos pasto. No vasto peito se cultivam essas sedes, no lago escasso prendem-se em redes, afogam-se em meio ao reflexo turvo, vago... Quando foi que você viveu sem dor ou amor? E porque não cabe mais mão e menos condição senhor? É como crediário de solidariedade, é como parcelar em 10 vezes o pão. Temos fome. Então tome, pegue o poder que tanto te consome, não esqueça que as pessoas tem nome, mesmo que em terras partidas todos tenham o mesmo sobrenome e a mesma miséria: matéria.

Osíris Duarte

Nenhum comentário:

Postar um comentário