terça-feira, 11 de março de 2014
A moça dança
Naquela tez de brilho largo, preta tez de quem tem valor, corriam as mãos e os pensamentos meus sem dor ou pudor. A moça dança, não cansa e não deixa de lado essa alegria matava qualquer desvio magro de pensamentos gordos. Eu fiquei preso naquele rebolado, embasbacado com certas manias de moças belas. A moça dança na rua, nas curvas e vielas, e eu danço com ela, na curvas... Tinha um quê de sedução, ainda que pese minha tensão estremecida, eram leves aquelas viradas, guinadas, chegadas e partidas, verves contidas nos passos dela. A moça dança bela e, quem dera, ela dançasse comigo sem que eu dance. São coisas que dão sentido ao sentir, quase um transe. Dançar é subir com o espírito leve, cheio do que serve pro bem querer. Por isso dance pra sempre, ventre incessante, vento presente... São lindas aquelas que vivem de som, de ser e de sonho aos olhos meus.
Osíris Duarte
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